♂️♀️É menino ou menina? NÃO SEI!
🤔O bebê já nasceu, o pediatra já examinou e a dúvida persiste!
Não estou grávida, o post é para falar sobre genitália ambígua: quando não é possível ter certeza sobre o sexo do bebê após o exame físico.
Algumas alterações que podem causar esta dúvida: pênis muito pequeno (micropênis), testículos não palpáveis (criptorquidia), clitóris aumentado (clitoromegalia), uretra com abertura na parte ventral do pênis (hipospádia), fusão dos grandes lábios com aspecto semelhante a um escroto… Para evitar confusão, usamos preferencialmente os nomes das estruturas da genitália indiferenciada: falo, pregas urogenitais, gônadas.
Como podemos ver na imagem que mostra o estado indiferenciado da genitália, tanto meninos quanto meninas iniciam a formação genital a partir das mesmas estruturas e é por ação de alguns hormônios que ocorre a diferenciação em genitália feminina ou masculina.
O sexo do bebê é determinado por várias etapas: o sexo genético (46XY ou 46XX), a formação da gônada (testículo ou ovário), a secreção gonadal de hormônios que vão agir para diferenciar a genitália externa e também os órgãos internos.
Quando alguma dessas etapas ocorre de forma não habitual, podemos ter Distúrbios da Diferenciação Sexual, que podem levar a ambiguidade genital.
Podemos ter alterações genéticas, gônadas com sua estrutura alterada, disfunção na secreção ou ação dos hormônios.
Hormônios provenientes de outras fontes também podem interferir neste processo. Se a mãe usar hormônios masculinos durante a gestação, por exemplo, isso pode deixar a genitália de um feto feminino mais “masculinizada”.
Se o feto feminino tem hiperplasia adrenal (veja o post e vídeo sobre HAC) o excesso de andrógenos (hormônios masculinos) também pode deixar a genitália com aspecto mais masculino (clitoromegalia, fusão dos grandes lábios).
Genitália ambígua é uma urgência! Recém-nascidos com estas alterações devem ser encaminhados para avaliação especializada, preferencialmente com equipe multiprofissional (cirurgia, endocrinologia, genética, serviço social, psicologia).
A determinação do sexo do bebê muitas vezes depende de investigação genética, exames de imagem, investigação hormonal. Por isso, nem sempre é possível autorizar o registro do recém nascido imediatamente após o nascimento.
Antes de registrar o sexo do bebê, o ideal é que o caso seja discutido entre os profissionais da equipe e a família, considerando o que será mais adequado para o futuro da criança.
O tratamento vai depender da causa e pode envolver reposição hormonal e procedimentos cirúrgicos. Não existe um consenso sobre o melhor momento para indicar cirurgia de correção da genitália. No Brasil a tendência é de indicar a cirurgia mais precocemente (ainda na primeira infância), mas em outros países existe a recomendação de adiar a cirurgia para quando a criança for maior.
A decisão sobre o momento da correção cirúrgica vai depender de muitos fatores e é individualizada. Em alguns casos, quando a gônada não é bem formada e existe risco de câncer, pode existir maior urgência para os procedimentos cirúrgicos.


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